Os preços do petróleo caíram modestamente na quinta-feira, enquanto os investidores avaliavam o impacto potencial das novas tarifas propostas pelos EUA sobre o crescimento econômico global e a demanda por energia.
No início do pregão, os contratos futuros do petróleo Brent recuaram 23 centavos, ou 0,3%, para US$ 69,96 o barril, às 09h04 GMT. Já o petróleo West Texas Intermediate (WTI), dos EUA, recuou 32 centavos, ou 0,5%, para US$ 68,06 o barril.
Trump ameaça o Brasil com tarifas punitivas
O presidente Donald Trump ameaçou o Brasil — a maior economia da América Latina — com uma tarifa punitiva de 50% sobre suas exportações para os EUA, após um desentendimento público com o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva.
Trump também anunciou planos para impor novas tarifas sobre cobre, semicondutores e produtos farmacêuticos. Seu governo enviou novas cartas tarifárias a países como Filipinas e Iraque, somando-se a mais de uma dúzia de cartas enviadas no início desta semana a grandes fornecedores de commodities dos EUA, como Coreia do Sul e Japão.
Mercados cautelosos apesar da escalada comercial
Harry Tchilinguirian, chefe de pesquisa do Onyx Capital Group, comentou que “os mercados estão em grande parte em um modo de esperar para ver, dada a natureza imprevisível da tomada de decisões políticas e a flexibilidade do governo em relação às tarifas”.
Ele observou que o histórico anterior de Trump de recuar em decisões tarifárias tornou os mercados menos reativos a esses anúncios.
Fed ainda preocupado com a inflação
Autoridades do Federal Reserve (Fed) continuam preocupadas com as pressões inflacionárias decorrentes das tarifas. A ata da reunião do banco central de 17 e 18 de junho mostrou que apenas "alguns" membros acreditavam que um corte nos juros seria apropriado em breve, possivelmente a partir deste mês.
Taxas de juros mais altas geralmente aumentam os custos dos empréstimos e podem reduzir a demanda por petróleo.
Dólar mais fraco sustenta preços
Oferecendo algum suporte aos preços, o dólar americano enfraqueceu durante as negociações asiáticas de quinta-feira. Kelvin Wong, analista sênior da OANDA, explicou: "Como o petróleo é precificado em dólares, um dólar mais fraco o torna mais barato para detentores de outras moedas, impulsionando a demanda e os preços."
Demanda de combustível nos EUA mostra sinais de recuperação
Dados da Administração de Informação de Energia dos EUA (EIA) divulgados na quarta-feira mostraram um aumento nos estoques de petróleo bruto, mas declínios nos estoques de gasolina e destilados na semana passada.
Notavelmente, a demanda por gasolina aumentou 6%, para 9,2 milhões de barris por dia na semana passada, sinalizando uma recuperação no consumo doméstico de combustível.
Viagens aéreas e comércio global continuam se expandindo
Uma nota ao cliente do JPMorgan afirmou que a atividade global de voos diários atingiu 107.600 voos durante os primeiros oito dias de julho — um recorde. O volume de voos chineses atingiu o pico em cinco meses, e a atividade portuária e marítima mostrou sinais de expansão contínua do comércio global em comparação com o ano passado.
A nota acrescentou: “Desde o início do ano, o crescimento médio da demanda global por petróleo está em 0,97 milhão de barris por dia, em linha com nossa previsão de 1 milhão de bpd”.
Dúvidas sobre o aumento real da produção da OPEP+
Do lado da oferta, o analista da IG Tony Sycamore observou ceticismo sobre se os últimos aumentos de cotas da OPEP+ resultarão em crescimento real da produção.
“Alguns membros já estão excedendo suas cotas oficiais, enquanto outros, como a Rússia, não conseguem cumprir suas metas devido à infraestrutura petrolífera danificada”, disse ele.
A OPEP+ está se preparando para aprovar outro aumento significativo de produção para setembro, o que completaria a eliminação gradual dos cortes voluntários de oito membros e implementaria um aumento de cota para os Emirados Árabes Unidos.
O dólar americano caiu na manhã de quinta-feira, recuando de uma máxima de duas semanas em relação aos principais pares, já que os investidores pareciam pouco incomodados com a nova rodada de anúncios de tarifas do presidente Donald Trump.
Às 04h20 (horário do leste dos EUA) (08h20 GMT), o Índice do Dólar Americano — que mede a moeda em relação a uma cesta de seis principais rivais — caía 0,1%, para 97,107, após atingir seu nível mais alto desde 25 de junho durante a sessão anterior.
Trump expande campanha tarifária
O presidente Trump mais uma vez atiçou as tensões comerciais ao emitir novas cartas detalhando tarifas sobre importações de sete países adicionais, somando-se às 14 nações já notificadas no início da semana.
Ele também confirmou uma tarifa de 50% sobre as importações do Brasil após uma disputa com o presidente do país e reiterou uma tarifa semelhante sobre as importações de cobre, reforçando ameaças anteriores.
Apesar das medidas agressivas, os mercados de câmbio permaneceram estáveis — com exceção do real brasileiro — já que os comerciantes continuaram esperando que acordos com grandes economias, como a Índia e a União Europeia, ainda pudessem ser fechados.
“O dólar está ligeiramente valorizado esta manhã, mas permanece em grande parte à margem em meio ao caos tarifário”, escreveram analistas do ING em nota.
Eles acrescentaram: “A questão é: o que seria necessário para que o dólar reagisse significativamente às manobras tarifárias de Trump? Estimamos que o limite permaneça alto por enquanto, mas pode cair à medida que nos aproximamos de 1º de agosto. Se não houver progresso tangível com os principais parceiros comerciais até lá, pode ficar mais difícil ignorar a escalada tarifária.”
Dados econômicos continuam sendo o principal impulsionador
O ING enfatizou que os indicadores econômicos — especialmente a inflação e os dados do mercado de trabalho — continuam sendo o principal impulsionador dos movimentos do dólar, principalmente após as últimas atas do Federal Reserve, que reafirmaram uma postura cautelosa e agressiva do FOMC.
O foco de hoje será nos pedidos de seguro-desemprego, enquanto o relatório do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da próxima semana deve ter um impacto mais significativo nos mercados de câmbio do que qualquer manchete comercial, disse o ING.
Euro estável em meio a esperanças de acordo comercial
Na Europa, o euro subiu 0,1% em relação ao dólar, para 1,1731, à medida que a volatilidade da moeda única diminuiu em meio ao crescente otimismo em relação a um acordo comercial entre a UE e os EUA.
O comissário europeu de comércio, Maroš Šefčovič, disse na quarta-feira que um bom progresso estava sendo feito na elaboração de um acordo-quadro e que um acordo poderia ser alcançado em poucos dias.
“Relatórios sugerem que o rascunho da proposta da UE pode incluir tarifas assimétricas (provavelmente uma taxa básica de 10%), indicando uma trajetória de desescalada”, observou o ING. “Isso provavelmente já está precificado, portanto, a menos que haja grandes surpresas nos detalhes, o par EUR/USD pode permanecer limitado a uma faixa entre 1,1700 e 1,1750 por enquanto.”
Libra esterlina ganha após acordo comercial
A libra esterlina subiu 0,2%, para 1,3608, depois que o Reino Unido assinou um acordo comercial com o governo Trump, reforçando o sentimento em relação à libra esterlina.
Real brasileiro despenca com ameaça tarifária
Em outras moedas, o dólar recuou ligeiramente em relação ao iene japonês, para 146,29, e recuou 0,1% em relação ao yuan chinês, para 7,1775. A maioria das moedas asiáticas se manteve estável, enquanto os investidores processavam os últimos acontecimentos comerciais.
No entanto, o dólar americano subiu 2,4% em relação ao real brasileiro, para 5,5766, depois que Trump prometeu impor uma tarifa de 50% sobre todas as importações do Brasil.
Fontes disseram que a atitude foi parte de uma resposta furiosa de Trump ao que ele considera maus-tratos ao seu aliado político, o ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro.
Os preços do ouro subiram nas negociações europeias na quinta-feira, estendendo os ganhos pela segunda sessão consecutiva, com o metal se recuperando de uma mínima de uma semana. A recuperação empurrou o ouro rapidamente de volta acima do nível de US$ 3.300 a onça, impulsionado pela fraqueza do dólar americano nos mercados de câmbio.
As expectativas de um corte na taxa do Federal Reserve em setembro se fortaleceram após a divulgação da última ata da reunião do banco central, o que reforçou as especulações sobre uma mudança em direção à flexibilização monetária antes do final do ano.
O preço
Os preços do ouro subiram 0,5% para US$ 3.329,54, acima do nível de abertura de US$ 3.313,55, após atingir uma mínima intradiária de US$ 3.313,55.
Na quarta-feira, o ouro fechou em alta de 0,4%, marcando seu primeiro ganho em três sessões, após atingir a mínima de uma semana no início do dia, a US$ 3.282,73 por onça.
Dólar americano
O Índice do Dólar Americano caiu mais de 0,2% na quinta-feira, registrando sua segunda sessão consecutiva de perdas. O índice recuou de uma máxima de duas semanas de 97,84, refletindo a pressão contínua sobre o dólar em relação às principais e menores moedas.
A última rodada de tarifas de Trump não conseguiu abalar os mercados globais, exceto no Brasil, onde a ameaça de um imposto de 50% fez o real brasileiro cair até 2,8% durante a noite.
Perspectiva da taxa do Fed
A ata da reunião mais recente do Fed revelou que a maioria dos formuladores de políticas considera cortes nas taxas de juros apropriados ainda este ano.
Após a divulgação, a ferramenta FedWatch do CME Group mostrou um aumento na probabilidade de um corte de 25 pontos-base em julho, de 5% para 8%, enquanto as chances de manter as taxas estáveis caíram de 95% para 92%.
As expectativas de um corte de 25 pontos-base na taxa de juros em setembro saltaram de 62% para 72%, enquanto a probabilidade de nenhuma mudança caiu de 38% para 28%.
Perspectivas para o ouro
Matt Simpson, analista sênior da City Index, comentou: “Parece que a reação do mercado às manchetes sobre tarifas está desaparecendo a cada novo acontecimento. Chegamos à fadiga tarifária, e os investidores precisam de um novo catalisador para despertar a volatilidade do seu sono.”
SPDR Gold Holdings
As reservas do SPDR Gold Trust, o maior fundo negociado em bolsa lastreado em ouro do mundo, aumentaram aproximadamente 0,86 toneladas métricas na quarta-feira, elevando o total para 947,37 toneladas métricas. Isso marcou uma recuperação em relação às 946,51 toneladas métricas de terça-feira, o menor nível desde 17 de junho.
O euro valorizou-se nos mercados europeus na quinta-feira em relação a uma cesta de moedas globais, continuando sua recuperação desde a mínima de duas semanas em relação ao dólar americano. A alta foi apoiada por notícias de um possível acordo comercial entre a União Europeia e os Estados Unidos.
De acordo com fontes europeias informadas que falaram à Reuters, a UE pode evitar receber uma notificação tarifária dos EUA e pode garantir isenções da tarifa básica de 10% dos EUA.
Dados recentes e importantes sobre a inflação na Europa aumentaram a incerteza quanto às expectativas de um corte nas taxas de juros do Banco Central Europeu (BCE) em julho. Os mercados agora aguardam indicadores econômicos mais cruciais da zona do euro.
O preço
O euro subiu 0,25% em relação ao dólar, para US$ 1,1749, acima do nível de abertura do dia de US$ 1,1720, após atingir a mínima de US$ 1,1714.
Na quarta-feira, o euro fechou praticamente estável em relação ao dólar, após atingir a mínima de duas semanas de US$ 1,1682 no dia anterior.
Fraqueza do dólar americano
O Índice do Dólar Americano caiu mais de 0,2% na quinta-feira, marcando seu segundo dia consecutivo de perdas e recuando de uma máxima de duas semanas de 97,84. Isso reflete a contínua desvalorização do dólar americano em relação às principais e menores moedas.
A última rodada de tarifas de Trump não conseguiu abalar os mercados, com exceção do Brasil, onde a ameaça de uma taxa de 50% fez o real brasileiro cair até 2,8% durante a noite.
O sentimento do mercado também foi impulsionado pelas atas da última reunião do Federal Reserve, que mostraram que a maioria dos formuladores de políticas acredita que cortes nas taxas serão apropriados ainda neste ano.
Acordo Comercial Potencial
O presidente Trump e várias autoridades declararam recentemente que um acordo com a Índia é iminente, enquanto a União Europeia também está caminhando para um acordo-quadro.
Segundo a Reuters, é improvável que a UE receba uma carta tarifária dos EUA e pode obter isenções da tarifa básica de 10%.
Perspectivas das taxas de juros europeias
O IPC geral na Europa subiu 2,0% em junho, em relação ao ano anterior, correspondendo às expectativas do mercado, após um aumento de 1,9% em maio.
Fontes da Reuters indicam que uma clara maioria na última reunião do Banco Central Europeu foi a favor de manter as taxas de juros inalteradas em julho, com alguns membros pedindo uma pausa prolongada.
O preço do mercado monetário para um corte de 25 pontos-base na taxa de juros do BCE em julho permanece estável em torno de 30%.
Os investidores estão atentos aos próximos dados econômicos da zona do euro, bem como a novos comentários de autoridades do BCE, para reavaliar a perspectiva de corte de juros.