Os preços do paládio subiram na segunda-feira, apesar de uma ligeira valorização do dólar americano em relação à maioria das principais moedas, enquanto os mercados aguardavam ansiosamente a decisão de política monetária do Federal Reserve.
Uma série de importantes reuniões de bancos centrais está agendada para esta semana, com o Fed em destaque. As expectativas apontam para um corte na taxa de juros.
No mês passado, o UBS elevou suas previsões para o preço do paládio em US$ 50 por onça em todos os horizontes temporais, citando a expectativa de que o mercado permaneça com um leve déficit de oferta até o próximo ano.
O banco observou que o sentimento no mercado de opções permanece moderadamente positivo, embora agora mais próximo da neutralidade do que no início do ano.
A assimetria da volatilidade implícita entre opções de compra (call) e de venda (put) com vencimento de um a seis meses situa-se atualmente entre 1,8% e 2,4%, abaixo dos picos de 3,4% a 9,1% registrados no início do ano.
O UBS afirmou que o aumento anterior do otimismo — do início de novembro de 2024 ao final de janeiro de 2025 — foi impulsionado por temores de novas sanções potenciais contra as exportações russas de paládio.
A Rússia responde por cerca de 40% da oferta global de minério, mas o fluxo contínuo de metal russo para o mercado diminuiu as preocupações com a interrupção do fornecimento.
A volatilidade dos preços a curto prazo dependerá em grande parte do resultado da investigação da Seção 232 do Departamento de Comércio dos EUA sobre minerais críticos, bem como de uma petição antidumping apresentada pela Sibanye e pelo sindicato United Steelworkers.
Os participantes do mercado aguardam uma decisão do governo dos EUA sobre a possível imposição de tarifas sobre as importações de paládio.
Apesar de ter elevado sua meta de preço, o UBS afirmou que vê um potencial de valorização maior em outros metais preciosos, mesmo que o paládio provavelmente permaneça com um leve déficit até 2026.
O índice do dólar americano subiu 0,1%, para 99,1, às 15h09 GMT, após oscilar entre 98,7 e 99,1.
Os contratos futuros de paládio para entrega em março subiram 1,8%, para US$ 1.530,1 por onça, às 15h09 GMT.
O Bitcoin subiu na segunda-feira, recuperando-se de uma leve queda semanal, com os investidores mantendo as expectativas de que o Federal Reserve cortará as taxas de juros esta semana.
Os ganhos permaneceram limitados, uma vez que os participantes do mercado se mantiveram cautelosos, após sinais contraditórios dos formuladores de políticas que arrefeceram o entusiasmo.
A maior criptomoeda do mundo subiu 2,2%, sendo negociada a US$ 91.398,6 às 02h08 (horário do leste dos EUA) / 07h08 (GMT).
O Bitcoin recuperou parte da queda da semana passada, que ficou abaixo de US$ 84.000 — uma correção que, após as fortes perdas em novembro, manteve os investidores em alerta.
Expectativas de corte de juros esta semana
As apostas em um corte nas taxas de juros permanecem intactas após uma série de dados econômicos americanos mais fracos nas últimas semanas. Os mercados precificam uma probabilidade de 87% de um corte de 25 pontos-base na reunião do Fed que termina em 10 de dezembro, impulsionada pela moderação dos indicadores de inflação.
O indicador de inflação preferido do Fed — o núcleo do PCE — subiu 0,2% em novembro, enquanto o aumento anual desacelerou para 2,8%, reforçando a visão de que as pressões inflacionárias estão diminuindo de forma sustentável.
Taxas de juros mais baixas geralmente favorecem ativos sensíveis ao risco, como criptomoedas, embora os investidores permaneçam cautelosos. Declarações contraditórias de membros do Fed geraram incerteza quanto ao ritmo e à escala de um possível afrouxamento monetário em 2026.
O Bitcoin iniciou uma forte valorização no final de 2024, à medida que cresciam as expectativas de uma mudança na política do Fed. Historicamente, taxas de juros mais baixas enfraquecem o dólar e aumentam o apelo de ativos que não geram rendimento, como o Bitcoin — um cenário que poderia sustentar novos ganhos caso a desinflação persista.
Os mercados agora aguardam a declaração de política monetária do Fed e os comentários do presidente Jerome Powell ainda esta semana.
Preços das criptomoedas hoje: altcoins sobem dentro de faixas estreitas.
A maioria das principais altcoins acompanhou a tendência geral do mercado, embora tenha permanecido em faixas de negociação estreitas.
O Ethereum subiu 3%, para US$ 3.127,92.
O XRP subiu 2,5%, chegando a US$ 2,08.
Os preços do petróleo caíram na segunda-feira, enquanto os investidores acompanhavam as negociações em curso para pôr fim à guerra na Ucrânia, antes de um esperado corte na taxa de juros pelo Federal Reserve dos EUA esta semana.
Às 10h53 GMT, os contratos futuros do petróleo Brent caíram US$ 0,57, ou 0,9%, para US$ 63,18 o barril, enquanto o petróleo bruto West Texas Intermediate (WTI) dos EUA recuou US$ 0,60, ou 1%, para US$ 59,48 o barril.
Ambos os índices de referência fecharam na sexta-feira em seus níveis mais altos desde 18 de novembro.
Thomas Varga, analista do mercado de petróleo da PVM, afirmou: "Caso se chegue a um acordo sobre a Ucrânia em breve, espera-se que as exportações de petróleo da Rússia aumentem, o que poderá pressionar os preços para baixo."
Decisão do Federal Reserve em foco
Os dados da LSEG mostram que os mercados precificam uma probabilidade de 84% de um corte de 25 pontos-base na taxa de juros na reunião do Fed de terça e quarta-feira. No entanto, comentários de vários membros do Fed sugerem que a reunião provavelmente será uma das mais divididas dos últimos anos, aumentando a atenção dos investidores sobre a direção da política monetária e a dinâmica interna.
Progresso lento nas negociações com a Ucrânia
Na Europa, as negociações de paz sobre a Ucrânia permanecem lentas, com divergências persistentes sobre as garantias de segurança de Kiev e o estatuto dos territórios sob controle russo. Autoridades americanas e russas também divergem sobre a proposta apresentada pelo governo do presidente Donald Trump.
O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky deverá se reunir com líderes europeus em Londres na segunda-feira.
Analistas do ANZ escreveram em uma nota para clientes: "Os possíveis resultados da mais recente iniciativa de Trump para encerrar a guerra podem alterar o fornecimento de petróleo em mais de dois milhões de barris por dia."
Vivek Dhar, analista do Commonwealth Bank of Australia, afirmou que um cessar-fogo representa o maior risco de queda para as previsões de preços, enquanto os danos contínuos à infraestrutura petrolífera russa permanecem um fator-chave de alta.
“Acreditamos que as preocupações com o excesso de oferta acabarão por se materializar, especialmente porque as exportações russas de petróleo e derivados continuam a contornar as sanções atuais, levando gradualmente os preços futuros para perto de US$ 60 por barril até 2026”, escreveu Dhar.
Possíveis novas restrições às exportações russas
Entretanto, as nações do G7 e a União Europeia estão considerando substituir o atual teto de preço das exportações de petróleo russo por uma proibição total dos serviços marítimos, de acordo com fontes citadas pela Reuters — uma medida que poderia restringir o fornecimento do segundo maior produtor mundial.
Os Estados Unidos também aumentaram a pressão sobre a Venezuela — membro da OPEP — lançando ataques contra embarcações que, segundo eles, tentavam contrabandear drogas ilegais, além de sinalizar uma possível ação militar com o objetivo de depor o presidente Nicolás Maduro.
Em paralelo, refinarias independentes na China aumentaram as compras de petróleo iraniano sancionado, armazenado em terra, contando com novas cotas de importação, de acordo com operadores e analistas — uma medida que pode ajudar a aliviar a situação de excesso de oferta.
O dólar recuou na segunda-feira, antes de uma semana repleta de reuniões de bancos centrais lideradas pelo Federal Reserve dos EUA, com um corte na taxa de juros já totalmente precificado pelos mercados, embora profundas divisões dentro do comitê de política monetária deixem o resultado final incerto.
Paralelamente à decisão do Fed na quarta-feira, Austrália, Brasil, Canadá e Suíça também definirão suas políticas esta semana, embora não se espere que nenhum deles altere suas taxas de juros atuais.
Analistas esperam que o Fed implemente o que está sendo chamado de "corte agressivo", no qual o tom da declaração, o Resumo das Projeções Econômicas e a coletiva de imprensa do presidente Jerome Powell, em conjunto, estabelecem condições mais rigorosas para qualquer flexibilização adicional no próximo ano.
Essa mensagem poderia dar suporte ao dólar se obrigasse os investidores a reduzirem as expectativas de dois ou três cortes adicionais nas taxas de juros em 2026 — embora a comunicação possa se mostrar complicada, dada a clara divisão entre os formuladores de políticas, com vários membros já sinalizando suas intenções de voto.
Riscos significativos decorrentes de dissidências dentro da comissão
Bob Savage, chefe de estratégia macro do BNY, escreveu em um comunicado aos clientes: "Esperamos ver divergências tanto por parte dos defensores de políticas mais rígidas quanto dos mais moderados."
O Comitê Federal de Mercado Aberto não registra três ou mais votos dissidentes em uma única reunião desde 2019, e isso aconteceu apenas nove vezes desde 1990.
Apesar da queda do dólar nas últimas três semanas, o sentimento otimista se recuperou. Dados de posicionamento mostram que os investidores especulativos mantêm suas maiores posições compradas líquidas em dólar desde antes do choque tarifário do ex-presidente Donald Trump, que fez a moeda desvalorizar.
E embora o mercado de trabalho continue a arrefecer, o crescimento económico mantém-se sólido, com o estímulo fiscal proveniente do "grande e belo projeto de lei" a aumentar gradualmente nos próximos meses. A inflação também se mantém bem acima da meta de 2% da Reserva Federal.
“Esses fatores podem dissuadir o Fed de implementar novos cortes se eles se traduzirem em uma retomada do fortalecimento do mercado de trabalho”, disse Lee Hardman, estrategista de câmbio da MUFG.
Euro sustentado pela alta dos rendimentos
O euro subiu 0,1%, para US$ 1,1652, impulsionado pela alta dos rendimentos dos títulos da zona do euro. O rendimento dos títulos alemães de 30 anos atingiu seu nível mais alto desde 2011 no início do pregão.
Ao contrário do Fed, não se espera que o Banco Central Europeu reduza as taxas de juros no próximo ano. Isabel Schnabel, membro influente do conselho, afirmou na segunda-feira que a próxima medida do banco poderá, na verdade, ser um aumento das taxas.
O dólar australiano subiu para o seu nível mais forte desde meados de setembro, atingindo US$ 0,6649, antes de reduzir os ganhos e fechar em queda de 0,1%, cotado a US$ 0,6635.
O Banco Central da Austrália se reúne na terça-feira, após uma série de dados positivos sobre inflação, crescimento e gastos das famílias. Os contratos futuros de juros sugerem que o próximo passo pode ser um aumento — possivelmente já em maio —, tornando o comunicado e a coletiva de imprensa pós-reunião os principais focos da reunião.
“Esperamos que o banco mantenha a taxa básica de juros inalterada por um período prolongado, mantendo-a em 3,60%”, escreveram os analistas do ANZ na semana passada, após revisarem suas previsões.
Canadá deve se manter estável
O Banco do Canadá deverá manter as taxas de juros inalteradas na quarta-feira, enquanto os mercados já precificam integralmente um aumento até dezembro de 2026. O dólar canadense se manteve em C$ 1,3819 por dólar americano, após atingir a máxima em 10 semanas na sexta-feira, impulsionado por dados robustos de emprego.
O iene estabilizou-se em ¥155,44 por dólar após fortes perdas em novembro, a libra esterlina manteve-se próxima de US$ 1,3325 e o franco suíço subiu ligeiramente para CHF 0,804 por dólar.