O dólar americano caiu em relação à maioria das principais moedas durante as negociações de segunda-feira, enquanto os mercados aguardavam atentamente os principais dados econômicos que serão divulgados no final desta semana.
Isso ocorre em meio a preocupações do mercado sobre uma possível paralisação do governo dos EUA caso os legisladores no Congresso não aprovem o projeto de lei de financiamento antes do final de setembro.
O presidente Donald Trump alertou sobre possíveis demissões em massa de funcionários federais se a lei não for aprovada e a paralisação entrar em vigor.
Os investidores estão acompanhando de perto os importantes lançamentos econômicos desta semana, principalmente os dados da atividade industrial dos EUA, bem como o relatório mensal de emprego, previsto para sexta-feira.
Nas negociações, o índice do dólar caiu 0,2%, para 97,9 pontos, às 17h19 GMT, registrando uma máxima de 98,1 pontos e uma mínima de 97,7 pontos.
Dólar australiano
O dólar australiano subiu 0,5% em relação ao seu equivalente americano, para 0,6578 às 17h29 GMT.
Dólar canadense
O dólar canadense subiu 0,1% em relação ao dólar americano, para 0,7190 às 17h29 GMT.
De Bruxelas a Washington, uma nova onda de entusiasmo pelos chamados pequenos reatores nucleares modulares (SMRs) está se espalhando pelos círculos políticos, centros de pesquisa e startups de energia. Essas unidades nucleares compactas, comercializadas como soluções plug-and-play, estão sendo apresentadas como a resposta perfeita para alimentar data centers, atender à crescente demanda por inteligência artificial e apoiar a transição energética com eletricidade limpa e estável.
Mas há apenas um problema. Na verdade, existem muitos. E nenhum deles é "pequeno".
O ciclo de hype a todo vapor
Hoje, os SMRs estão sendo promovidos como o iPhone da energia nuclear: mais inteligentes, menores, mais baratos e escaláveis. Uma solução mágica para tudo — desde redes remotas até a descarbonização de indústrias pesadas e a alimentação de servidores de IA. Países como EUA, Canadá e Reino Unido lançaram planos ambiciosos para implementá-los. Grandes empresas, como NuScale, Rolls-Royce SMR, GE Hitachi e TerraPower, apresentaram cronogramas promissores e promessas promissoras.
Mas as letras miúdas contam outra história.
Nenhum SMR comercial está em operação em nenhum lugar do mundo. Nenhum sequer foi construído. A NuScale, pioneira nos EUA nesse setor, recentemente abandonou seu principal projeto em Utah depois que os custos ultrapassaram US$ 9.000 por quilowatt e o projeto não conseguiu atrair investidores. Até o CEO da empresa admitiu que as operações não começariam antes de 2030. Enquanto isso, a prometida fábrica de SMR da Rolls-Royce não produziu um único parafuso de aço.
Em outras palavras, estamos apostando em uma tecnologia que ainda não existe em escala, não chegará em números significativos até a década de 2030 e exigiria milhares de unidades para reduzir a demanda global por energia. Isso não é estratégia — é ficção científica.
Os grandes reatores também não inspiraram confiança
Até mesmo projetos nucleares de grande porte, que os SMRs deveriam "consertar", estão enfrentando dificuldades. Veja o caso de Hinkley Point C, no Reino Unido, outrora alardeado como o futuro da energia nuclear europeia. Atualmente, o projeto tem o dobro do seu orçamento original (mais de £ 46 bilhões), pelo menos cinco anos de atraso e ainda enfrenta problemas de construção. O mesmo projeto de EPR, apoiado pela França, sofreu contratempos semelhantes em Flamanville (França) e Olkiluoto (Finlândia), onde a conclusão demorou mais de uma década a mais do que o prometido e os custos dispararam.
Sejamos francos: se qualquer outra tecnologia energética tivesse esse histórico, teríamos ridicularizado isso anos atrás.
Preços mínimos para a energia nuclear e limites para o bom senso
Autoridades na França e na Finlândia aprovaram preços mínimos garantidos para novas usinas nucleares — basicamente, entregando cheques em branco às operadoras. Na Finlândia, o piso foi fixado acima de € 90 por megawatt-hora por 20 anos. Em contraste, energia solar e eólica em leilões europeus estão negociando entre € 30 e € 50/MWh, com custos marginais bem mais baixos.
Então, por que nos prender a contratos de longo prazo com preços mais altos em nome de um "futuro baseado no mercado"? É difícil entender como isso ajuda consumidores, indústrias ou metas climáticas. Principalmente porque as usinas nucleares, assim como as energias renováveis, ainda exigem grandes melhorias na rede para lidar com a geração em larga escala. E também não há ganhos de eficiência.
SMRs: muito pequenos, muito tarde
Imaginemos o melhor cenário possível: alguns projetos superam obstáculos regulatórios até 2027-2028, a construção começa no início da década de 2030 e as primeiras unidades comerciais entram em operação até 2035. Mesmo assim, o mundo precisaria construir e conectar milhares desses SMRs em 10 a 15 anos para substituir uma parcela significativa da geração fóssil. Isso é um pesadelo logístico — antes mesmo de abordar a aceitação pública, os obstáculos de licenciamento, o fornecimento de urânio ou a gestão de resíduos.
Por outro lado, no tempo que leva para construir um SMR, energia solar, eólica e baterias poderiam ser implantadas de 10 a 20 vezes, a um custo menor, em prazos mais rápidos e sem legado radioativo.
Ao contrário da energia nuclear, essas tecnologias já são modulares, escaláveis e comprovadas em todo o mundo — dos desertos da Austrália aos telhados da Alemanha e às usinas de energia da Califórnia.
Dentro do reator: resíduos e riscos
Os defensores da energia nuclear adoram enfatizar o quão "seguros" os projetos modernos são. Sim, estatisticamente, a energia nuclear é relativamente segura por kWh. Mas é a única fonte de energia que apresenta um risco diferente de zero de falha catastrófica — e resíduos que permanecem tóxicos por milhares de anos.
Então, por que apostar nisso quando temos energia limpa abundante, com risco zero de explosão e resíduos recicláveis ou inertes?
Um papel coadjuvante, não o ato principal
Para ser claro, a energia nuclear provavelmente continuará a desempenhar algum papel na matriz energética de certos países. França e Suécia já possuem frotas. Novas construções podem prosseguir na China ou na Coreia do Sul, onde custos e planejamento são rigorosamente gerenciados. Mas para a maior parte do mundo, especialmente para aqueles que correm para descarbonizar rapidamente, a nova energia nuclear não é a solução.
Os SMRs, apesar do marketing, não vão salvar o dia. Na melhor das hipóteses, serão uma tecnologia de nicho para casos especializados — minas remotas, bases militares ou clusters industriais sem alternativas. Tudo bem. Mas vamos parar de fingir que são a solução mágica para a energia.
Palavra final
Estamos na década decisiva para a ação climática. Cada euro, dólar ou yuan deve proporcionar o máximo de redução de emissões por unidade de tempo e custo. Por essa medida, as emissões de carbono residual (SMR) ficam aquém. A energia nuclear — grande ou pequena — é muito cara, muito lenta, muito arriscada e muito limitada para impulsionar a transição energética.
É hora de diminuir a empolgação nuclear e intensificar a aposta nas tecnologias que já estão em alta: eólica, solar, baterias, bombas de calor, flexibilidade da rede elétrica e hidrogênio verde. Não são sonhos. Estão sendo implementados hoje, aos gigawatts.
Os SMRs são interessantes, sim. Mas quando se trata de descarbonização, não precisamos de unicórnios — precisamos de máquinas de trabalho pesado.
Os preços do cobre subiram na segunda-feira, apoiados por um dólar americano mais fraco e preocupações com o fornecimento após um acidente na segunda maior mina do mundo.
O cobre de referência com vencimento em três meses na Bolsa de Metais de Londres (LME) subiu 0,9%, para US$ 10.272 por tonelada métrica, no pregão oficial de viva-voz. O metal acumula alta de cerca de 4% desde o início do mês, após atingir a máxima de 15 meses de US$ 10.485 na última quinta-feira. Analistas reduziram as previsões de oferta para 2025 e 2026 devido a interrupções na mina de Grasberg, na Indonésia.
Suki Cooper, analista do Standard Chartered, disse: “Continuamos otimistas quanto à perspectiva do cobre após os mercados de concentrados ficarem mais restritos, motivados pela interrupção e pela declaração de força maior em Grasberg.”
A área de mineração de Grasberg suspendeu as operações em 8 de setembro após um deslizamento de terra mortal em uma de suas três principais minas subterrâneas.
Nos EUA, os riscos iminentes de uma paralisação do governo caso o Congresso não aprove um projeto de lei de financiamento até terça-feira aumentaram a pressão sobre o dólar, tornando os metais cotados em dólar mais atraentes para os detentores de outras moedas.
Na China, o maior consumidor mundial de metais, o governo estabeleceu uma meta de crescimento médio da produção de metais não ferrosos de cerca de 1,5% neste ano e no próximo, abaixo da meta de 5% em 2023-2024.
Dados mostraram que os lucros industriais chineses voltaram a crescer em agosto, embora a atividade manufatureira deva ter contraído pelo sexto mês consecutivo em setembro, com os dados oficiais do PMI divulgados na terça-feira.
Desempenho de outros metais da LME
Alumínio: alta de 0,7%, para US$ 2.675 por tonelada.
Zinco: alta de 1,4% para US$ 2.930.
Chumbo: queda de 0,2% para US$ 1.998.
Estanho: alta de 0,8% para US$ 34.775.
Níquel: alta de 0,3% para US$ 15.225.
O Bitcoin subiu na segunda-feira, recuperando parte das perdas acentuadas da semana passada, com sinais de novas compras por grandes investidores (“baleias”) dando suporte ao mercado.
A maior criptomoeda do mundo valorizou-se 2,2%, para US$ 111.790,8 às 02h31 ET (06h31 GMT), após cair na semana passada para uma mínima de três semanas, abaixo de US$ 109.000. O Bitcoin havia se desvalorizado mais de 5% na última semana, em meio à forte pressão de venda e à forte liquidação de posições em aberto.
A compra de baleias fornece suporte após a liquidação
Plataformas de monitoramento de blockchain mostraram que grandes investidores aumentaram as compras nas últimas sessões, ajudando a estabilizar os preços. Isso ocorreu após uma semana volátil em que um único dia de liquidações eliminou cerca de US$ 1,5 bilhão em posições compradas em diversas corretoras.
O tom de baixa foi agravado pelo vencimento de US$ 22 bilhões em contratos de opções de criptomoedas no final do terceiro trimestre, o que aumentou ainda mais a pressão sobre o Bitcoin e outros ativos digitais.
Ao mesmo tempo, o sentimento na segunda-feira permaneceu cauteloso, com os investidores acompanhando os acontecimentos em Washington, onde os legisladores têm até 30 de setembro para aprovar um projeto de lei de financiamento e evitar uma paralisação do governo. Tal impasse levantou preocupações sobre possíveis atrasos em importantes divulgações econômicas dos EUA, incluindo o relatório de folha de pagamento não agrícola de sexta-feira, aumentando a incerteza nos mercados financeiros.
Embora uma paralisação não afete diretamente a rede Bitcoin, o sentimento de aversão ao risco nos mercados globais pode pesar sobre as criptomoedas.
Kraken busca financiamento com avaliação de US$ 20 bilhões – Bloomberg
A Bloomberg noticiou na sexta-feira que a corretora de criptomoedas Kraken está em negociações avançadas para levantar novos recursos que avaliariam a empresa em cerca de US$ 20 bilhões. A rodada proposta pode incluir um investidor estratégico contribuindo entre US$ 200 milhões e US$ 300 milhões.
Esse interesse reflete a melhora do apetite dos investidores por empresas de ativos digitais, apoiada por estruturas regulatórias mais claras e pela crescente participação de instituições financeiras nos mercados de criptomoedas.