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Como a China está reestruturando o mercado mundial de ouro?

Economies.com
2025-09-24 19:23PM UTC
Resumo de IA
  • A China está reestruturando seu mercado de ouro para desafiar o domínio do dólar americano, expandindo a capacidade de armazenamento, criando novos sistemas de compensação e flexibilizando as restrições à importação. - O crescimento estratégico da Bolsa de Ouro de Xangai inclui a abertura de um cofre offshore em Hong Kong, o lançamento de novos contratos de ouro denominados em yuan e a ênfase na entrega física de ouro para refletir a oferta e a demanda do mundo real. - A priorização do ouro pela China em sua estratégia econômica visa reduzir a dependência do dólar, ganhar influência sobre os preços das commodities e integrar o ouro à Iniciativa Cinturão e Rota para fortalecer os laços econômicos com as nações parceiras.

A China está implementando mudanças radicais na estrutura do seu mercado de ouro, em uma medida que pode remodelar o sistema monetário global. Essas iniciativas estratégicas incluem a expansão da capacidade de armazenamento, a criação de novos sistemas de compensação e a flexibilização das restrições à importação — tudo com o objetivo de consolidar o papel da China como um ator central no comércio global de ouro e, potencialmente, desafiar o domínio do dólar americano.

As políticas de ouro da China vão além da simples acumulação de reservas; elas representam uma abordagem abrangente para redefinir como o ouro é negociado, armazenado, precificado e utilizado no comércio internacional. Ao construir mecanismos alternativos de negociação e infraestrutura física, a China parece estar desenvolvendo um sistema paralelo que opera sob regras e prioridades diferentes dos mercados dominados pelo Ocidente.

Expansão do “Hong Kong Gold Hub”

Movimentos políticos recentes em Hong Kong marcam um passo fundamental na estratégia de ouro da China, refletindo o compromisso de longo prazo com o desenvolvimento do mercado de ouro.

As novas políticas visam aumentar a capacidade de armazenamento de ouro em Hong Kong para 2.000 toneladas — uma grande expansão que pode acomodar enormes reservas físicas de ouro. Essa capacidade não se limita a reservas nacionais; acredita-se que seja projetada também para atender participantes internacionais que buscam alternativas aos cofres ocidentais tradicionais.

Mais importante ainda, Hong Kong está criando um sistema de compensação centralizado dedicado a transações de ouro. Essa infraestrutura fornecerá o "encanamento financeiro" necessário para liquidar transações fora dos sistemas ocidentais, reduzindo potencialmente a dependência de instituições como a COMEX e a London Bullion Market Association (LBMA).

Com esses desenvolvimentos, Hong Kong se posiciona como um importante centro global de comércio de ouro, operando com infraestrutura independente dos sistemas financeiros ocidentais e oferecendo um caminho alternativo para nações que desejam realizar transações fora dos canais convencionais.

Crescimento estratégico da Bolsa de Ouro de Xangai

Desde sua criação em 2002, a Bolsa de Ouro de Xangai (SGE) cresceu de uma plataforma de negociação local para uma instituição de influência global.

Em um passo notável, a SGE abriu seu primeiro cofre offshore em Hong Kong em 2023, expandindo sua presença física para além da China continental. Ao mesmo tempo, lançou dois novos contratos de ouro projetados especificamente para investidores internacionais — um sinal claro da intenção de Pequim de atrair maior participação global.

Esses novos contratos permitem a negociação de ouro denominado em yuan em vez de dólares, apoiando o objetivo da China de internacionalizar sua moeda com o ouro como âncora de confiança. Ao alavancar a aceitação universal do ouro, a China busca aumentar a confiança nas transações denominadas em yuan.

A abordagem da SGE enfatiza a entrega física de ouro, em contraste com os mercados ocidentais dominados por derivativos de papel. Ao exigir a entrega para a maioria das negociações, a bolsa garante que o mercado reflita com mais precisão a oferta e a demanda do mundo real.

Por que a China está priorizando o ouro em sua estratégia econômica?

As políticas de ouro da China representam uma estratégia coordenada que vai muito além da acumulação de ativos, abordando múltiplos objetivos econômicos e geopolíticos simultaneamente.

O ouro desempenha um papel duplo na estratégia de Pequim: como ativo financeiro e como ferramenta geopolítica. Isso proporciona à China uma combinação única de segurança econômica e flexibilidade estratégica em um ambiente global cada vez mais incerto.

Reduzindo a dependência do dólar

A nova infraestrutura de ouro da China cria um mecanismo para reduzir a dependência do dólar americano no comércio e nas finanças globais.

Este sistema permite que transações sejam liquidadas sem o uso do dólar, permitindo que parceiros comerciais o ignorem quando necessário. Nessa configuração, o ouro funciona como um ativo neutro e seguro — livre de risco de contraparte e fora do controle de qualquer nação.

Mais importante ainda, o sistema oferece um canal financeiro resistente a sanções. Desde as sanções ocidentais à Rússia em 2022, muitos países reconheceram sua vulnerabilidade dentro do sistema baseado no dólar e começaram a buscar alternativas. A arquitetura do ouro da China agora oferece uma opção prática.

Ao vincular o yuan ao ouro por meio desses mecanismos, Pequim fortalece a confiança nas transações baseadas em yuan sem a necessidade de um padrão-ouro formal, permitindo uma adoção gradual em vez de choques disruptivos nos mercados.

Ganhar influência sobre a precificação de commodities

Por meio de suas políticas sobre o ouro, a China também busca aumentar sua influência sobre o preço de commodities essenciais para sua economia.

Durante anos, a China tem sido vulnerável aos sistemas de preços dominados pelo Ocidente, especialmente devido aos enormes volumes de recursos que importa. Ao desenvolver alternativas à COMEX e à LBMA, Pequim pretende ganhar maior influência sobre a avaliação.

A ênfase na entrega física nas bolsas chinesas permite a descoberta de preços com base no mercado real de ouro em barras, diferentemente das bolsas ocidentais, onde os contratos em papel excedem em muito o volume de ouro disponível, muitas vezes distorcendo os preços.

Essa abordagem reduz a exposição à percepção de "manipulação de preços", uma preocupação frequente entre autoridades e traders chineses, que argumentam que contratos em papel são, às vezes, usados para limitar artificialmente os preços. Como resultado, a China obtém vantagens econômicas e estratégicas nos mercados globais de commodities.

Integração com a Iniciativa Cinturão e Rota

O ouro desempenha um papel central na Iniciativa Cinturão e Rota (BRI), o enorme programa de desenvolvimento de infraestrutura da China lançado em 2013.

A nova infraestrutura do mercado de ouro oferece um mecanismo de liquidação confiável para os parceiros da BRI que possam estar relutantes em aumentar a exposição a dívidas ou ativos denominados em dólares. Ao oferecer ouro como alternativa, a China torna a participação mais atraente para países que buscam reduzir a dependência do sistema financeiro ocidental.

Essa estrutura oferece uma opção além do financiamento baseado em dólares para infraestrutura, ao mesmo tempo em que fortalece os laços econômicos entre a China e países ricos em recursos na África, Ásia e América Latina.

Ao construir canais financeiros alternativos, a China aprofunda seus laços econômicos com essas nações e, ao mesmo tempo, reduz sua dependência dos sistemas ocidentais, reforçando sua segurança a longo prazo e sua influência econômica global.

Paládio cai sob pressão do dólar mais forte e preocupações com a demanda global

Economies.com
2025-09-24 14:14PM UTC

Os preços do paládio caíram durante as negociações de quarta-feira em meio a um dólar americano mais forte em relação à maioria das principais moedas, bem como preocupações com a demanda mais fraca por metais devido ao impacto das tarifas.

Isso ocorre em meio à continuidade do surgimento de dados econômicos fracos da China na semana passada. Os números de agosto mostraram que a produção industrial, as vendas no varejo e o investimento em ativos fixos cresceram abaixo das expectativas. A taxa de desemprego também subiu inesperadamente para 5,3%.

Esses dados ocorreram após dados de inflação fraca divulgados pela China poucos dias antes, o que confirmou pressões desinflacionárias persistentes na segunda maior economia do mundo, aumentando ainda mais as preocupações sobre a demanda chinesa.

Separadamente, a guerra entre Rússia e Ucrânia continua a lançar uma sombra sobre os mercados, particularmente os de metais, com Moscou sendo um dos maiores produtores de paládio do mundo.

O presidente dos EUA, Donald Trump, reconheceu hoje que acabar com a guerra entre a Rússia e a Ucrânia é difícil nas condições atuais, acrescentando que estava decepcionado com o presidente Vladimir Putin.

Enquanto isso, o índice do dólar americano subiu 0,6%, para 97,8 pontos às 15h03 GMT, registrando uma máxima de 97,9 e uma mínima de 97,2.

Nas negociações, os contratos futuros de paládio para dezembro caíram 1,3%, para US$ 1.236,1 a onça, às 15h03 GMT.

Bitcoin mantém perdas enquanto Fed alerta sobre taxas de juros

Economies.com
2025-09-24 12:19PM UTC

O Bitcoin caiu ligeiramente na quarta-feira, continuando a tendência de queda que começou com uma forte onda de liquidação no início desta semana, enquanto os investidores continuaram a avaliar os comentários cautelosos do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, com expectativa pela divulgação de dados importantes sobre a inflação dos EUA.

O Bitcoin caiu 0,2%, sendo negociado a US$ 112.790,5 às 02h11, horário do leste (06h11 GMT), permanecendo perto de seus níveis mais baixos em duas semanas.

Bitcoin mantém perdas após onda de liquidação… e antecipação da política do Fed

O Bitcoin caiu quase 3% na segunda-feira, depois que cerca de US$ 1,5 bilhão em posições foram liquidadas no mercado de criptomoedas em um único dia.

Essa onda de liquidações foi a maior desde março passado e levou à venda forçada nos mercados de derivativos, causando perdas acentuadas para o Ethereum e outras altcoins.

O declínio foi ainda mais agravado pelo posicionamento de alguns traders em apostas direcionais por meio de contratos de opções, que se beneficiam da forte volatilidade, de acordo com relatórios.

Esse colapso ocorreu poucos dias depois que o Bitcoin e outros ativos digitais se recuperaram inicialmente após a decisão do Fed de cortar as taxas de juros em 25 pontos-base na semana passada, na primeira flexibilização monetária em vários meses.

Mas esse otimismo não durou muito, pois o apetite ao risco se reverteu rapidamente com o tom cauteloso adotado pelo Fed em relação às perspectivas da política monetária.

Em seu discurso, o presidente do Fed, Jerome Powell, afirmou que o banco central deve agir com cautela ao considerar novas reduções nos custos de empréstimos. Ele reconheceu que a fraqueza do mercado de trabalho pode abrir espaço para flexibilização adicional, mas alertou que cortes excessivos podem prejudicar o progresso alcançado no combate à inflação.

A atenção agora se volta para a divulgação do índice de preços de Despesas de Consumo Pessoal (PCE) nos Estados Unidos, a medida de inflação preferida do Fed, programada para sexta-feira.

Bloomberg: Tether busca levantar até US$ 20 bilhões com avaliação de US$ 500 bilhões

A Bloomberg informou na terça-feira que a Tether, sediada em El Salvador e emissora da stablecoin USDT, está em negociações iniciais para levantar entre US$ 15 bilhões e US$ 20 bilhões por meio de uma colocação privada, em um acordo que pode avaliar a empresa em cerca de US$ 500 bilhões.

De acordo com o relatório, o acordo proposto envolveria a venda de cerca de 3% das ações da empresa.

O CEO Paolo Ardoino disse na quarta-feira que a empresa está de fato considerando levantar capital de um grupo de investidores importantes.

Petróleo sobe com redução de estoques nos EUA e preocupações com interrupções no fornecimento

Economies.com
2025-09-24 11:14AM UTC

Os preços do petróleo subiram na quarta-feira depois que um relatório da indústria mostrou um declínio nos estoques de petróleo bruto dos EUA na semana passada, em meio a crescentes preocupações do mercado com a oferta restrita devido a interrupções nas exportações no Curdistão e na Venezuela, bem como interrupções no fornecimento da Rússia.

Os contratos futuros do petróleo Brent subiram 40 centavos, ou 0,6%, para US$ 68,03 o barril às 10:00 GMT, enquanto o petróleo bruto West Texas Intermediate (WTI) dos EUA subiu 38 centavos, ou 0,6%, para US$ 63,79.

Tamas Varga, analista da PVM Oil Associates, disse: “O mercado esperava um excedente de oferta e um aumento no estoque global no último trimestre do ano, mas a atenção recentemente voltou-se para a Europa Oriental e a possibilidade de novas sanções à Rússia”.

Ele acrescentou que atrasos na retomada das exportações de petróleo curdo, juntamente com a redução de embarques venezuelanos pela Chevron devido a problemas com licenças dos EUA, contribuíram para o impulso otimista de curto prazo.

Ambas as referências subiram mais de US$ 1 por barril na terça-feira, após a paralisação de um acordo para retomar as exportações da região do Curdistão iraquiano, interrompendo os embarques pelo oleoduto, que deveriam atingir 230.000 barris por dia para a Turquia. Os fluxos pelo oleoduto estão suspensos desde março de 2023.

Em outro lugar, o presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou na terça-feira que acreditava que a Ucrânia poderia retomar todos os territórios ocupados pela Rússia, uma mudança repentina de discurso a favor de Kiev. No início deste mês, o governo Trump instou os países da UE a acelerarem os esforços para eliminar gradualmente o petróleo e o gás russos.

Enquanto isso, a Rússia enfrenta escassez de certos tipos de combustível, de acordo com comerciantes e distribuidores, devido à queda nas operações de refinaria devido aos ataques de drones ucranianos. Kiev intensificou os ataques à infraestrutura energética em uma tentativa de reduzir as receitas de exportação de Moscou.

O ministro do Petróleo iraniano, Mohsen Paknejad, disse na terça-feira que "nenhuma nova restrição onerosa" seria imposta às vendas de petróleo do país, enfatizando que as exportações para a China continuariam, mesmo com Teerã e as potências europeias lutando para chegar a um acordo para impedir o retorno das sanções da ONU esta semana.

Dados do Instituto Americano de Petróleo (API) mostraram que os estoques de petróleo bruto e gasolina dos EUA caíram na semana passada, enquanto os estoques de destilados aumentaram, de acordo com fontes do mercado.

Os dados oficiais de energia do governo dos EUA devem ser divulgados ainda nesta quarta-feira. No entanto, uma pesquisa da Reuters com oito analistas antes da divulgação sugeriu que os estoques de petróleo bruto e gasolina provavelmente aumentaram na semana encerrada em 19 de setembro, enquanto os estoques de destilados devem cair.

Em um nível mais amplo, o mercado global de petróleo está se preparando para um excesso de oferta e uma demanda mais fraca. A Agência Internacional de Energia (AIE) afirmou em seu último relatório mensal que a oferta global de petróleo se expandirá em um ritmo mais acelerado este ano, com o superávit previsto para aumentar ainda mais até 2026.